terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A Copa e o rádio: combinação perfeita



Dia 5 de junho de 1938. Os brasileiros estavam colados ao rádio para ouvir uma transmissão que começaria a uma hora da tarde. Era a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo diante da Polônia, direto de Estrasburgo, na França. A programação das emissoras, publicada nos jornais da época, confirmava o horário do jogo: 


Pela primeira vez os brasileiros ouviram um duelo de Copa pelo rádio. Coube ao pernambucano Leonardo Gagliano Neto narrar as partidas. Infelizmente não existem registros dos áudios. Mas o "speaker", da Rádio Clube do Brasil (emissora do Rio de Janeiro), gostava de contar a saga em campos franceses: 

Extraído de http://guiadoscuriosos.uol.com.br

Gagliano Neto viajou no navio Arlanza, o mesmo que levou o time brasileiro. Foram mais de 15 dias até chegar à França. Durante a Copa, ele recebeu telegramas do ministro das Relações Exteriores, Osvaldo Aranha. Em uma das mensagens, o locutor foi orientado a evitar comentários mais exaltados durante o jogo contra a Itália, pela semifinal. O governo de Getúlio Vargas tinha proximidade com o regime de Benito Mussolini. Já nessa entrevista, pinçada de jornais de época, Gagliano Neto fazia questão de lembrar o poderoso ataque da seleção brasileira: 

Extraído de http://guiadoscuriosos.uol.com.br
De fato, a seleção brasileira entrou de vez no mapa do futebol mundial graças ao desempenho que teve naquela Copa. Ao contrário de 1930 e 1934, quando as entidades esportivas de São Paulo e do Rio de Janeiro estavam rachadas e em conflito, em 38 finalmente reinou a paz e foi possível levar à Europa os melhores jogadores. Leônidas da Silva, o "Diamante Negro", terminou a competição como artilheiro com sete gols. Em 2006, a Fifa tirou um gol do craque brasileiro, ao revisar súmulas das partidas. Durante décadas foram contabilizados oito gols dele.



O Brasil vivia a ditadura do Estado Novo. O presidente Getúlio Vargas sabia que o esporte ajudaria a projetar a imagem do país no exterior. Ele deu total apoio à seleção. Alzira Vargas (1914-1992), filha do presidente, aceitou o convite da Confederação Brasileira de Desportos para ser a “madrinha da seleção” e viajou com a equipe. A participação na Copa de 38 pode ser considerada o começo da projeção da identidade nacional no futebol. O rádio contribuiu para o processo.

Alzirinha Vargas com a seleção na França. Recorte cedido pelo historiador Marco Antônio Villa


O pré-guerra e a Copa


A Copa foi disputada de 4 a 19 de junho de 1938 e o mundo já vivia um o clima tenso que culminaria na Segunda Guerra no ano seguinte. A Espanha enfrentava a guerra civil e seleção do país não esteve na Copa. Já a Áustria, outra ausência, tinha sido anexada pela Alemanha de Hitler, o "Anchluss". O austríaco Mathias Sindelar, que era judeu, se recusou a atuar com a camisa alemã. Ele se suicidou em janeiro de 1939.

A Argentina pleiteava sediar o torneio, mas foi preterida em favor da França e desistiu de participar do mundial. O Uruguai também não viajou para Europa. O país ainda estava descontente com a falta de apoio dos europeus na realização da Copa de 1930. De 35 inscritos, sobraram 27. Pela primeira vez, o organizador e o vencedor do mundial anterior se classificaram de forma automática.
O Brasil também se garantiu na Copa com a desistência da Bolívia. 

A França foi confirmada sede em um congresso da Fifa em 15 de agosto de 1936 no prédio da Ópera Kroll, em Berlin. Estádios foram construídos ou reformados (Colombes, Parque dos Príncipes, Strasburgo, Le Havre, Tolouse, Marselha, Reims, Lille e Bordeaux). A exemplo de 1934, as 16 seleções não foram divididas em grupos. A primeira fase teve confrontos diretos. Quem perdesse ficaria de fora. Os duelos da primeira fase: 

Suíça x Alemanha
- Tchecoslováquia x  Holanda
- Brasil x Polônia
- França x Bélgica
- Cuba x Romênia
- Hungria x Índias Holandesas
- Itália x Noruega

A seleção brasileira era treinada por Ademar Pimenta que teve destaque no comando do Madureira, do Rio de Janeiro. O time fez uma preparação em Caxambu (MG) e partiu para a Europa no dia 30 de abril a bordo do navio Arlanza. Os mais de 15 dias de viagem dificultaram a atividade física dos jogadores. Romeu Pellicciari (Palestra Itália e Fluminense) engordou nove quilos. 

A seleção brasileira iria enfrentar a Polônia em Estrasburgo. Revirando os jornais, aqui o acervo da Folha da Manhã, destaque para a chegada dos poloneses à França. Já o Brasil fez um treino, na véspera do jogo, embaixo de chuva.


Como citamos, a seleção contava com a estrela de Leônidas da Silva, na época no Flamengo. Ele entrou para a história como o inventor da bicicleta, apesar de negar que tivesse inventado a jogada acrobática. Outro destaque era Domingos da Guia (pai de Ademir da Guia). 

Essa nota, falava sobre o ítalo-brasileiro Niginho. Inicialmente, ele foi proibido de disputar a Copa, mas depois veio a decisão da Fifa:



Antes do início do mundial, os jornais lembravam que Brasil e Alemanha pleiteavam a organização da Copa seguinte. Mas com a guerra, os mundiais de 42 e 46 foram cancelados. Depois do conflito, os alemães acabaram expulsos da Fifa, o que abriu caminho para o Brasil sediar a Copa de 1950.


O dia dia da Copa de 1938

A Copa começou no dia 4 de junho com apenas um jogo. Em Bordeaux, Alemanha e Suíça empataram por 1 a 1. Os alemães estavam reforçados por jogadores austríacos (o país tinha sido anexado), mas, mesmo assim, a equipe não conseguiu vencer o "ferrolho suíço". Hitler queria repetir Mussolini. Ele sabia que a conquista da Copa ajudaria a propaganda nazista, mas se deu mal. 



O jogo desempate foi disputado cinco dias depois, em 9 de junho, em Paris. A Suíça surpreendeu a Alemanha com uma vitória por 4 a 2, e garantiu vaga nas quartas. A história conta que, no intervalo, quando os alemães venciam por 2 a 1, Hitler recebeu um telegrama da comissão técnica informando sobre o resultado, ainda positivo.

Nas partidas das oitavas, a Tchecoslováquia, vice em 34, ganhou da Holanda por 3 a 0 na prorrogação. A França, dona da casa, passou pela Bélgica por 3 a 1. Em Tolouse, Cuba e Romênia empataram por 3 a 3. A partida desempate foi disputada no dia nove. De forma surpreendente, os cubanos venceram a Romênia por 2 a 1. A Hungria atropelou as Índias Holandesas pelo placar de 6 a 0. Já a Itália, atual campeã, derrotou a Noruega por 2 a 1, em Marselha.

A expectativa era grande para a estreia da seleção brasileira em Estrasburgo. O jogo, aparentemente fácil, ficou dramático ao longo dos 90 minutos. O time nacional entrou em campo com: Batatais; Domingos da Guia e Machado; Zezé Procopio, Martim e Affonsinho; Lopes, Romeu, Leônidas, Perácio, Hércules. O primeiro tempo terminou com o placar de 3 a 1. Leônidas fez o primeiro (18 min), Scherfke empatou (23 min), Romeu fez 2 a 1 (25 min) e Perácio marcou o terceiro (44 min). A seleção se complicou na etapa final. Willmowski marcou dois gols (8 e 14 min). Perácio fez 4 a 3 (26 min), mas Willmowski, de novo, empatou aos 44 minutos, levando o jogo para a prorrogação. No tempo extra, brilhou a estrela de Leônidas. Ele marcou dois gols, aos 3 e 14 minutos. No segundo tempo da prorrogação, Willmowski, fez mais um, aos 12. Para você que perdeu a conta, o saldo da batalha: Brasil 6, Polônia 5.


Apesar da vitória apertada, a exibição da seleção brasileira era exaltada pelos jornais.



Os livros que contam a história da Copa de 38 sempre citam que nesse jogo Leônidas resolveu tirar a chuteira durante a partida, em meio a muita lama do gramado. A nota abaixo esclarece bem essa passagem. A chuteira estava machucando os pés de Leônidas. Mas o árbitro Ivan Eklind, da Suécia, não permitiu que o jogador brasileiro ficasse descalço:


Os jornais franceses tratavam os brasileiros como "artistas da bola":




No mundial de 38, o Brasil se concentrou em Villadoly, a 100 quilômetros de Estrasburgo.


Aqui, a capa de "O Globo", depois da vitória diante da Polônia:



Folheando os jornais da época, é possível encontrar chamadas para um filme-reportagem do duelo contra os poloneses que seria exibido pelos cinemas:




As quartas de final da Copa foram disputadas no dia 12 de junho. A Itália eliminou a França com uma vitória por 3 a 1, em Paris. Os donos da casa estavam fora do mundial. A Suécia arrasou Cuba: 8 a 0. O bom time da Hungria passou pela Suíça: 2 a 0. A seleção Brasileira foi para Bordeaux enfrentar a Tchecoslováquia, vice-campeã do mundo. Apesar da atuação fantástica contra a Polônia, Leônidas da Silva prometia se esforçar mais: 



As reportagens continuavam ressaltando o futebol sul-americano.




O goleiro Batataes desmentia a informação de que tinha pedido para não jogar contra a Tchecoslováquia. No entanto, o técnico Ademar Pimenta preferiu colocar Walter.




Depois de jogar em um gramado encharcado contra a Polônia, em Estrasburgo, o campo de Bordeaux apresentava melhores condições:





A seleção enfrentava dificuldade para treinar, antes do segundo jogo na Copa:




A manchete principal da Folha da Manhã trazia as informações sobre o duelo do dia 12 de junho:





O time que enfrentou a Tchecoslováquia era formado por: Walter, Domingos da Guia e Machado; Zezé Procópio, Martim e Affonsinho; Lopes, Romeu, Leônidas, Perácio e Hércules.



Essa reportagem diz que o goleiro titular, Batataes, estava com problemas no fígado. Ademar Pimenta escalou Walter:


Aqui, a capa de O Globo:


O jogo contra a Tchecoslováquia foi marcado pela violência e a má atuação do árbitro Paul von Hertzka, da Hungria. Machado e Zezé Procópio foram expulsos. Vale lembrar que a expulsão era verbal. Os cartões amarelo e vermelho só seriam implementados em 1970, no México. Riha, da Tchecoslováquia, Perácio e Leônidas se contundiram. O goleiro Planicka e o jogador Nejedly foram hospitalizados. Dento de campo, Leônidas abriu o placar aos 30 do primeiro tempo. Nejedly marcou de pênalti, aos 20 minutos da etapa final. A partida foi para a prorrogação, mas terminou empatada por 1 a 1. As duas seleções fariam o jogo desempate, dois dias depois, também em Bordeaux:



Irritados com a arbitragem, os brasileiros pressionaram pela escalação de um novo juiz: 






A Tchecoslováquia não iria contar com o excelente goleiro Planicka:



14 de junho: dia do desempate!







O Brasil jogou com Walter, Jaú e Nariz; Britto, Brandão e Argemiro; Roberto, Luizinho, Leônidas, Tim e Patesko. Leônidas foi para o sacrifício. Tim era Elba de Pádua Lima, que foi um grande treinador, a partir dos anos 50.

O jogo dessa vez foi limpo e decido no tempo normal. Kopecky abriu o placar para a Tchecoslováquia, aos 23 minutos do primeiro tempo. Na etapa final, a seleção brasileira virou o jogo. Leônidas fez aos 12 e Roberto fechou o placar aos 17 minutos. A seleção estava nas semifinais:


Abaixo, o destaque dos jornais da época: as fotos dos jogos chegavam com dias de defasagem.


O entusiasmo tomava conta da população que esteve na Praça da Sé, no coração de São Paulo, para acompanhar a transmissão pelo rádio:



Dias depois, os cinemas exibiriam imagens dos jogos contra a Tchecoslováquia:




Agora, as atenções estavam voltadas para o duelo de Marselha. Brasil e Itália se enfrentariam no dia 16 de junho, mesma data de Hungria e Suécia pela semifinais da Copa. 

Essa nota informava que Machado e Zezé Procópio não jogariam contra os campeões mundiais. No entanto, eles entraram em campo. O grande desfalque mesmo foi Leônidas da Silva. Até hoje, a ausência dele é cercada de polêmica. Uma versão diz que o atleta estava realmente machucado, pois tinha jogado no sacrifício contra a Tchecoslováquia. Mas o jornalista Orlando Duarte, autor do livro "Todas as Copas do Mundo", afirma que o técnico Ademar Pimenta por um "orgulho tolo" não escalou o melhor atleta nacional. O treinador estaria poupando o "Diamante Negro" para uma eventual finalíssima da Copa.



A seleção jogou com Walter, Domingos da Guia e Machado. Zezé Procópio, Martim e Affonsinho; Lopes, Luizinho, Romeu, Perácio e Patesko. 
A Itália era treinada por Vittorio Pozzo, técnico campeão do mundo em 34. O palco do duelo contra os italianos foi o Velódromo, em Marselha. O árbitro, Wüthrich, da Suíça, teve um papel decisivo na partida.



As principais cidades brasileiras estavam na expectativa para o duelo contra os italianos:



O primeiro tempo terminou empatado por 0 a 0. Na etapa final, Colaussi marcou aos 6 minutos. O lance mais controverso da Copa ocorreu aos 15 minutos. Domingos da Guia deu um pontapé em Piola dentro da área brasileira. A bola estava em jogo, mas já no campo de defesa da Itália. O juiz interrompeu a partida e marcou pênalti. O grande zagueiro brasileiro sempre disse que o mais justo seria a expulsão dele e não a marcação do pênalti. Meazza converteu e fez 2 a 0. Romeu marcou o gol de honra da seleção, aos 42 minutos. A Itália estava novamente na decisão e iria tentar o bicampeonato. À seleção brasileira, restou o consolo de disputar o terceiro lugar contra a Suécia, que perdeu para a Hungria por 5 a 1.

Os dias seguintes foram marcados por protestos da imprensa contra marcação do pênalti:





O locutor Gagliano Neto, testemunha ocular da partida, e que transmitiu o jogo para o Brasil, destacava: 




Surgiu inclusive a informação de que a Fifa poderia rever o resultado do jogo:



A Fifa, claro, não mudou o curso da Copa do Mundo:




A imprensa também lamentava a ausência de Leônidas da Silva, que voltaria para o duelo contra a Suécia:




Aqui um registro interessante: as imagens do jogo entre Brasil e Itália poderiam ajudar a tirar a dúvida sobre o pênalti. 




O futebol já mexia muito com os torcedores. Aqui uma nota curiosa:




Brasil e Suécia entraram em campo em Bordeaux para a disputa do terceiro lugar na Copa, em 19 de junho, mesmo dia da final.

A programação das rádios, publicada nos jornais, destacava a transmissão da rádio Cosmos, em São Paulo, a partir das 11 e meia da manhã, horário de Brasília.




A seleção jogou com Walter, Domingos da Guia e Machado; Zezé Procópio, Brandão e Affonsino; Roberto, Romeu, Leônidas, Perácio e Patesko. A Suécia saiu na frente, aos 28 minutos, com gol de Jonasson. Dez minutos depois, surpresa: 2 a 0, tento marcado por Nyberg. Romeu diminuiu, aos 44. Na etapa final, Leônidas marcou dois na sequência, aos 18 e 29 minutos. Perácio fechou o placar aos 35. O Brasil venceu a Suécia por 4 a 2, garantiu o terceiro lugar na Copa e encantou o mundo. Leônidas da Silva foi o artilheiro com 7 gols.


Os jornais traziam o termo "agilidade desconcertante" dos jogadores brasileiros.




No mesmo dia 19 de junho, Itália e Hungria entraram em campo no Estádio Olímpico de Colombes para o duelo final da terceira Copa do Mundo. De acordo com a Fifa, 45 mil torcedores acompanharam a partida. Os italianos, lembrando, ainda eram comandados por Vittorio Pozzo. Colaussi abriu o placar, aos 6. Titkos empatou, aos 8. Piola, aos 19, e Colaussi, aos 35, marcaram no primeiro tempo: 3 a 1. A Hungria até que diminuiu com Sarosi, aos 25, da etapa final. Mas Piola confirmou a superioridade dos italianos com o quarto gol, aos 37. O capitão Meazza recebeu o troféu e agradeceu, fazendo a saudação fascista. O bicampeonato coroou o melhor futebol do mundo nos anos 30. 

O título da Itália foi valorizado com a vitória diante da seleção brasileira.



Os jornais brasileiros ainda falavam sobre o pênalti marcado em favor dos italianos:




A terceira Copa da história foi um grande sucesso para a Fifa:






TABELA DA COPA


OITAVAS

04/06/1938 Bordeaux: Suíça 1 x 1 Alemanha
05/06/1938 Le Havre: Tchecoslováqui. 3 x 0 Holanda
05/06/1938 Etrasburgo: Brasil 6 x 5 Polônia
05/06/1938 Paris: França 3 x 1 Bélgica
05/06/1938 Toulouse: Cuba 3 x 3 Romênia
05/06/1938 Reims: Hungria 6 x 0 Índ. Holandesas
05/06/1938 Marselha: Itália 2 x 1 Noruega

DESEMPATE

09/06/1938 Paris: Suíça 4 x 2 Alemanha
09/06/1938 Toulouse: Cuba 2 x 1 Romênia

QUARTAS

12/06/1938 Bordeaux: Brasil 1 x 1 Tchecoslováquia
12/06/1938 Paris: Itália 3 x 1 França
12/06/1938 Antibes: Suécia 8 x 0 Cuba
12/06/1938 Lille: Hungria 2 x 0 Suíça

DESEMPATE

14/06/1938 Toulouse: Brasil 2 x 1 Tchecoslováquia

SEMIFINAIS

16/06/1938 Marselha: Itália 2 x 1 Brasil
16/06/1938 Paris: Hungria 5 x 1 Suécia

TERCEIRO LUGAR
19/06/1938 Bordeaux: Brasil 4 x 2 Suécia

FINAL
19/06/1938 Paris: Itália 4 x 2 Hungria



Fontes consultadas: 



- Acervo dos jornais Folha da ManhãO Estado de S.Paulo e O Globo (1938);

- Livros: O Jogo Bruto das Copas do Mundo (Teixeira Heizer) e Todas as Copas do Mundo (Orlando Duarte).


O AUTOR


Thiago Uberreich é formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1999). Começou a carreira, em 1996, na Rádio Eldorado de São Paulo (atual Estadão).  Passou pelas funções de redação, edição, reportagem e apresentação.

Em 2005, recebeu convite para integrar a equipe de reportagem da Jovem Pan. Participou de inúmeras coberturas e atuou como setorista no Palácio dos Bandeirantes. Desde março de 2016, apresenta o Jornal da Manhã (6hs às 10hs).

Apaixonado por futebol e história das Copas do Mundo, gosta de elaborar séries especiais.

Em 2010, venceu o prêmio Embratel, categoria Reportagem Esportiva, com a série Histórias das Copas, veiculada nos meses que antecederam o mundial na África do Sul.  Em 2011, levou ao ar a série "Vozes do Tri", sobre a conquista da Copa de 70. Em 2012, fez a série "50 anos do bi". Em 2015, produziu "A Copa que nunca acabou", sobre o mundial de 1950. Em 2016, conseguiu reunir os áudios na íntegra dos seis jogos da seleção brasileira em 50. Possui um dos maiores acervos pessoais de vídeos de futebol do país. São 4 mil horas de gravação (2 mil DVDs).

Críticas, sugestões ou correções: tuberreich@gmail.com